Echinoidea fundamental
Origem e evolução
Figura 1- Filogenia dos equinodermes com base em genes Hox. Adaptado de Byrne et al., 2016. |
Figura 2- Esquema simplificado da filogenia dos principais taxa de equinoides. Segundo kroh & Smith, 2010 https://www.marinespecies.org/echinoidea/aphia.php?p=image&pic=38834 [acedido em 16 de dezembro de 2016] |
Morfologia interna e externa
Figura 3 – Esquema simplificado da estrutura interna e externa de um equinoide endocíclico. https://www.biorede.pt/ [acedido em 27 de Dezembro de 2016] |
Na face oral, a boca é rodeada por uma membrana peristomial flexível que cobre uma ampla abertura no esqueleto. Associados a esta membrana existem pequenos espinhos e pedicelários, pés bucais e brânquias. Em muitas espécies de equinoides, a boca possui uma estrutura móvel, bastante complexa, constituída por ossículos e por músculos, chamada lanterna-de-aristóteles.
No que respeita aos equinoides exocíclicos refira-se que estes se apresentam comprimidos segundo o eixo oral-aboral e o periprocto migra, da posição central da face aboral, para uma posição mais marginal. Esta forma confere-lhes uma simetria bilateral secundária. Estão adaptados para se movimentarem sobre ou entre os grãos do sedimento. A teca está coberta de numerosos espinhos finos e curtos, os quais são utilizados na locomoção em vez dos pés ambulacrários. Estes espinhos também protegem a superfície do corpo dos grãos de sedimento e podem ser utilizados para limpar a superfície do corpo e para escavar. As zonas ambulacrárias dorsais são designadas por petalóides. Os pés ambulacrários destas zonas são largos e funcionam como brânquias, já que os equinoides irregulares não têm brânquias peristomiais. Na face dorsal destes ouriços, são ainda visíveis os gonóporos e o madreporito. Os pés ambulacrários das zonas ventrais estão modificados para o manuseamento e a adesão de partículas alimentares. Estes animais são geralmente detritívoros, ingerindo o alimento à medida que se enterram, ou se deslocam, no fundo móvel.
A lanterna-de-aristóteles
Existem muitas espécies de exocíclicos que não possuem lanterna-de-aristóteles, enterram-se no sedimento e capturam partículas orgânicas em suspensão ou separam o alimento de entre as partículas de sedimento, utilizando pés ambulacrários especializados. Outros, como os clipeasteroides, possuem uma lanterna-de-aristóteles muito modificada, com dentes não projetáveis, que é utilizada para fragmentar o alimento.
Lanterna cidaroide Lanterna aulodonte Lanterna stirodonte Lanterna camarodonte
Figura 4- Tipos de lanterna-de-aristóteles. Adaptado de Smith & Kroh (ed) 2011. The Echinoid Directory. World Wide Web electronic publication. https://www.nhm.ac.uk/research-curation/projects/echinoid-directory [acedido em 28 de dezembro de 2016]
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Lanterna do tipo cidaroide - é estreita e com um pequeno foramen magnum. As epífises são pequenas e não projetadas. Os dentes possuem seção transversal em U. Este tipo de lanterna-de-aristóteles é típico dos cidaroides.
Lanterna do tipo aulodonte - o foramen magnum é profundo e possui uma forma em V, as epífises apresentam pequenas projeções não ligadas. Os dentes possuem seção transversal em U. Este tipo de lanterna-de-aristóteles é típico dos echinothurioides, diadematoides and pedinoides.
Lanterna do tipo stirodonte - é muito semelhante ao tipo descrito anteriormente, mas os dentes possuem seção transversal em T. É característica, por exemplo, dos arbacioides, salenioides e stomopneustídeos.
Lanterna do tipo camarodonte - neste caso a diferença está no facto das epífises serem alargadas e encontrarem-se ligadas em arco acima do foramen magnum. É característico das ordens Temnopleuroida e Echinoida.
Referências bibliográficas
Byrne, M., Martinez, P., & Morris, V. (2016). Evolution of a pentameral body plan was not linked to translocation of anterior Hox genes: The echinoderm HOX cluster revisited. Evolution & Development, XX: 1-7.
Kroh, A. & Smith, B. (2010). The phylogeny and classification of post-Palaeozoic echinoids. Journal of Systematic Palaeontology, 8:2, 147-212.
Smith, A. B. & Kroh, A. (ed) 2011. The Echinoid Directory. World Wide Web electronic publication. https://www.nhm.ac.uk/research-curation/projects/echinoid-directory [acedido em 24 de dezembro de 2016].
Thompson, J. R., Petsios, E., Davidson, E., Erkenbrack, E., Gao, F., & Bottjer, D. (2015). Reorganization of sea urchin gene regulatory networks at least 268 million years ago as revealed by oldest fossil cidaroid echinoid.Sci. Rep., 5, 15541; doi:10.1038/srep15541 (2015).
Fontes web