"Equinoides regulares" cretácicos do Baixo Mondego

Família Cidaridae  Gray, 1825

Cidaris sp.

Vista oral.

Vista aboral.

Exemplar de Cidaris sp., com 10 mm de diâmetro, coletado no Cenomaniano superior, Figueira da Foz. Trata-se de um pequeno exemplar provavelmente juvenil (?) com algum esmagamento.

 

Subfamília Stereocidarinae   Lambert, 1900

Género Stereocidaris Pomel, 1883
 
 
 
Fragmentos de Stereocidaris sp. coletados no Cenomaniano superior, Figueira da Foz. A granulação escrobicular é muito semelhante à que ocorre nos Stereocidaris cenomaniensis (Cotteau,1845).
 
Stereocidaris cenomanensis (Cotteau, 1845)
 
 

Exemplar de um provável  Stereocidaris cenomaniensis (Cotteau,1845), com 25 mm de diâmetro. Coletado na série E no Cenomaniano superior, Figueira da Foz.  

 

Extrato de estampa da obra de P. de Loriol sobre equinóides regulares do cretácico de Portugal onde figuram Stereocidaris cenomaniensis.
 Stereocidaris figueirensis (Loriol, 1888)
Extrato de estampa da obra de P. de Loriol sobre equinóides regulares do cretácico de Portugal onde figuram Stereocidaris figueirensis da Figueira da Foz.
 
 
 
Stereocidaris figueirensis (Loriol, 1887), com cerca de 15 mm de diâmetro. Coletado no nível I do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.
 
 

Família Heterodiadematidae Smith & Wright, 1993

 Género Heterodiadema  Cotteau, 1864       
 Heterodiadema libycum (Agassiz & Desor, 1846)

 
Vista lateral de Heterodiadema sp. com cerca de 25 mm de diâmetro, a zona ambulacrária está em primeiro plano. A acentuada diminuição acentuada dos tubérculos, em direção à zona apical é bem visível neste exemplar. Poderá ser, através de uma análise simplista, um Heterodiadema libycum pelo facto de apresentar, apesar de incompleto, um perfil mais achatado que o típico para o Heterodiadema ouremense. Coletado no nível C do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.
 
 
                                                               Face aboral                                                                Face oral  
 
         

Heterodiadema sp. com cerca de 35 mm de diâmetro  coberto, em parte, por radíolas escrobiculares . A  diminuição acentuada dos tubérculos, em direção à zona apical, é também bem observável. Poderá ser, através de uma análise simplista, um Heterodiadema libycum pelo facto de apresentar um perfil mais achatado que o típico para o Heterodiadema ouremense. Acrescem outras observações que atestam esta identificação como sejam diminuiçao dos tubérculos menos brusca e zona apical mais larga que nos H. ouremense. Coletado na nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

 
Face aboral
 
Face oral
 
Vista lateral com face oral para cima

Heterodiadema sp. com cerca de 30 mm de diâmetro  coberto na face oral por radíolas. Coletado no nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

 

 

 

Vista lateral com fragmentos de radíolas bem visíveis

Face oral

 

Heterodiadema libycum, coletado no nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho. Exemplar com cerca de 30 mm de diâmetro sobre matriz.
 
                    Heterodiadema ouremense (Loriol, 1888)
 
Série de fotos referentes a um exemplar de Heterodiadema ouremense, incluso na matriz, com cerca de 4 cm de diâmetro. Coletado no nível C do Cenomaniano superior, Figueira da Foz. Apesar dos danos causados pela exposição aos agentes atmosféricos é possível distinguir claramente a diminuição da dimensão dos tubérculos na metade superior da carapaça.
 

 

Heterodiadema ouremense   coletado no nível C do Cenomaniano superior, Coimbra. 

Família Emiratiidae    Ali, 1990

Género Tiaromma       Pomel, 1883
 
Tiaromma schlüteri (Loriol, 1887) (?) 
Pseudodiadema alcantarense   
Este exemplar apresenta características em tudo semelhantes a esta espécie descrita no Cenomaniano espanhol. Repare-se no periprocto com contorno pentagonal com um dos ângulos alongados e as duas fiadas de tubérculos interambulacrários. A primeira distingue este exemplar dos possível Trochotiara/Polydiadema que recolhi e a segunda  diferencia-o dos do género Tetragramma e género Diplopodia referidos por Loriol. Estes últimos equinoides referidos na sua magnífica obra parecem-me ser Tetragramma juvenis. Aliás, ao longo das revisões de classificação de equinóides,  a designação de género Tetragramma substituiu a designação Diplopodia mantendo-se o designativo, como é da norma,  de espécie.
Observando as imagens da obra de Loriol encontro algumas semelhanças com o designado Pseudodiadema alcantarense recolhido em Soure, possivelmente na Costa D'Arnes, e que se encontra figurado com referências 8a, 8b, 8c, 8d e 8e na estampa V. Atualmente a espécie designado por Pseudodiadema alcantarense é designada Trochotiara alcantarense. Mais observações, nomeadamente à lupa bonicular, serão necessárias comparando com exemplares de referência. 
 
 
Pseudodiadema alcantarense
 
 

  Vista lateral                                                        Face aboral

Exemplar de equinoide, com cerca de 20 mm de diâmetro, que poderá corresponder a um Tiaromma schlüteri (Loriol, 1887) encontrado no Cenomaniano espanhol. Coletado no nível C do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.

 
Tiaromma sp. (?)

Exemplar,  com cerca de 14 mm de diâmetro, apresenta radíolas na face oral e a zona apical pentagonal com um prolongamento (não confundir que o mais acentuado que é um dano no espécime). Foi coletado na série C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

    

Subfamília Diplopodiinae Smith & Wright, 1993

Género Polydiadema  Lambert, 1888
Trochotiara (Polydiadema) sp.

 

   
 
Este exemplar,  com 15 mm de diâmetro, poderá ser um Trochotiara/Polydiadema sp. Embora faça lembrar o género Phymosoma, os tubérculos perfurados excluem este género. Foi coletado no Cenomaniano superior-Turoniano de Alcarraques, Coimbra.
 
 

Equinóides por identificar (possivelmente Trochotiara/Polydiadema, Tiaromma...)

 

Face oral                                       Face aboral                              Vista ambulacrária       

Exemplar de equinóide, com cerca de 15 mm de diâmetro. Coletado no nível C do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.

 

Trochotiara/Polydiadema sp.

Face aboral

Face oral

Exemplar,  com cerca de 18 mm de diâmetro, tem tubérculos perfurados, poderá ser um Polydiadema sp. Foi coletado no nível C do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.

Género Tetragramma     Agassiz, 1838
Tetragramma marticensis (Cotteau, 1864)

Face oral                                                                                            Face aboral

Exemplar, com cerca de 25 mm de diâmetro,  de Tetragramma marticensis (Cotteau, 1864) onde é visível a sua forma claramente pentagonal por oposição ao contorno circular dos espécimes de Tetragramma variolare (Brogniart, 1822).   Coletado no nível C Cenomaniano superior, Figueira da Foz. 

 

 

Face aboral                                                        Face oral

Exemplar, com cerca de 27 mm de diâmetro,  de Tetragramma marticensis (Cotteau, 1864) onde é visível o contorno pentagonal. Coletado no nível C do Cenomaniano superior, Montemor-o-Velho. 

 

 

 

Extrato de estampa da obra de P. de Loriol sobre equinóides regulares do cretácico de Portugal onde estão representados espécimes de Tetragramma marticensis.

Tetragramma variolare (Brongniart, 1822)
 

Exemplar de Tetragramma poderia ser um Tetragramma marticensis (Cotteau, 1864), dado que é um dos referidos na literatura sobre o Baixo Mondego, no entanto a sua forma perfeitamente circular em vez de pentagonal sugere que se trata de um  Tetragramma variolare (Brogniart, 1822)  São bem visíveis as quatro fiadas de tubérculos na zona interambulacrária característico dos Tetragramma. Coletado no Cenomaniano superior, Figueira da Foz. 


Possível Tetragramma variolare (Brogniart, 1822)  com 20 mm de diâmetro sobre matriz carbonatada.

 

Possível Tetragramma variolare (Brogniart, 1822)  com 30 mm de diâmetro sobre matriz carbonatada, apenas existe cerca de 2/3 da carapaça.

 

Tetragramma variolare (Brogniart, 1822) com cerca de 28 mm de diâmetro embutido em matriz carbonatada. São visíveis três radíolas, duas delas estão dispostas paralelamente na parte inferior da matriz. 

 

Tetragramma variolare (Brogniart, 1822) em vista aboral, com cerca de 38 mm de diâmetro. Coletado no nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

 

Extrato de estampa da obra de P. de Loriol sobre equinóides regulares do cretácico de Portugal onde estão representados espécimes de Tetragramma variolare.

 

 

Face aboral

Vista lateral 

Zona ambulacrária                             Zona interambulacrária

Tetragramma variolare (Brogniart, 1822) em vista aboral, com cerca de 40 mm de diâmetro, embutido em matriz carbonatada. Coletado no nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

 

Tetragramma variolare (Brogniart, 1822) , com cerca de 40 mm de diâmetro, em vista lateral, com enorme detalhe da área do tubérculo, mamilo e granulação miliar. Coletado no nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

 

Face aboral                                               Face oral

Tetragramma sp., 22 mm de diâmetro, Coletado no nível C do Cenomaniano superior de Montemor-o-Velho.

 


Família Orthopsidae                 Duncan, 1889

Género Orthopsis               Cotteau, 1864
Orthopsis granularis (Agassiz, 1846)
Espécime de Orthopsis sp. com 8 mm de diâmetro, sobre matriz. Coletado no nível E do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.
 
 
 Face aboral                                                                 Face oral
 
  
Vista da zona ambulacrária                                         Vista da zona inter ambulacrária
 

Espécime de Orthopsis sp. com 11 mm de diâmetro. Coletado na Série C  do Cenomaniano superior, Figueira da Foz. Provavelmente trata-se de exemplar de Orthopsis granularis (Agassiz, 1846). 

 

Espécime de Orthopsis sp. com 20 mm de diâmetro. Cenomaniano superior, Figueira da Foz. Provavelmente exemplar de Orthopsis granularis (Agassiz, 1846).

 

Espécime de Orthopsis sp. com 20 mm de diâmetro. Cenomaniano superior, Figueira da Foz. Provavelmente exemplar de Orthopsis granularis (Agassiz, 1846).
 
                                 Face aboral                                                                Face oral

Espécime de Orthopsis sp. com cerca de 20 mm de diâmetro. Nível E do Cenomaniano superior, Figueira da Foz. Provavelmente exemplar de Orthopsis granularis (Agassiz, 1846).

 
 

Extrato de estampa da obra de P. de Loriol sobre equinoides regulares do Cretácico de Portugal onde estão representados espécimes de Orthopsis granularis provenientes da Figueira da Foz.

Família não denominada  (pedinopsídeos)

Género Micropedina      Cotteau, 1867
Micropedina olisiponensis (Forbes, in Sharpe 1850)

 

 
Exemplar de Micropedina olisiponensis, com cerca de 45 mm de diâmetro, com ligeiro esmagamento na parte superior da carapaça. Coletado no nível C do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.
 
                                                                 Face aboral                                                                 Face oral
 
 
  
Exemplar perfeito de M. olisiponensis com cerca de 30 mm de diâmetro. Vistas aboral, oral e lateral. Coletado no nível  E  do Cenomaniano superior, Figueira da Foz.
 
 
 
Exemplar de M. olisiponensis esmagado com cerca de 40 mm de diâmetro sobre matriz. Coletado no Cenomaniano superior, Figueira da Foz.
 
Fragmento de M. olisiponensis, com cerca de 35 mm de diâmetro, onde se observam claramente os poros ambulacrários e a estrutura das placas da carapaça. Coletado no nível C o Cenomaniano superior, Figueira da Foz.
 
 
 
Exemplar de M. olisiponensis proveniente do Baixo-Mondego figurado na obra de P. de Loriol, 1887, sobre os equinoides regulares do Cretácico nacional. Outra localiação referida é S. Fagundo. 
 
Salenia choffati

 
Salenia sp. (?)

Exemplar de equinoide regular que parece ser do género Salenia. O exemplar tem cerca de 20 mm de diâmetro e está danificado e parcialmente embutido na matriz. O periprocto é bem visível e na matriz encontram-se fragmentos de radíolas, provavelmente pertencentes ao espécime. Coletado no Cenomaniano superior da Figueira da Foz.

 

Goniopygus menardi (Desmarest, in Defrance, 1825)

 

Referências bibliográficas:


Kroh, A., & Smith, B. (2010). The phylogeny and classification of post-Palaeozoic echinoids. Journal of Systematic Palaeontology, 8 (2): 147-212.

Loriol, P. de (1887). Sur les Echinides crétacés du Portugal. Assoc. franç. Avanc. Sc., 16: 515-517.

Loriol, P. de (1887-88). Recueil d’études paléontologiques sur la faune Crétacique du Portugal, vol. II-D. Description des Echinodermes. Commission des Travaux Géologiques du Portugal, Lisbonne, 122 p.

Moura, A. (1958). Alguns equinídeos regulares fósseis da Costa d'Arnes, Alfarelos, Coimbra. Memórias e Notícias, 45: 61-72.

Soares, A., (1968). Contribuition à l'étude de la distribuition des échinidés du Crétacé supérieur du Portugal (les échinidés de la région de Sargento-Mor et Montemor-o-Velho). Memórias e Notícias, 66: 1-20.

Soares, A., & Marques, L. (1973). Os equinídeos cretácicos da região do rio Mondego: estudo sistemático. Memórias e Notícias, 75: 1-46